quinta-feira, 5 de maio de 2011

*UM VOO SOBRE O MURO



* Um Voo Sobre o Muro.

Ufa! Que voo rápido. Mãe, cadê você? Jogaram-me numa calçada áspera dura, desconfortável, ruim mesmo. Esperei tanto um quartinho com cheirinho de recém-nascido.
Chii.. E o meu quartinho escuro? Por que me tiraram de lá? Tão quentinho e aconchegante. Não tinha um bom alimento, mas dava para ir sobrevivendo, até que cheguei a este chão frio, duro. É tanto frio! Queria muito um colo, alimento, cobertor, um cheiro de boas vindas, um abraço materno, um sorriso de contentamento pela minha chegada. Que decepção Deus!
Socoooooooooooro! Não vou sobreviver. Que sina em Deus!
Duas mãos generosas me acolheram. Um jovem homem, e ficou tão feliz, parecia que o filho era seu, do seu sangue, carne da sua carne. Todos são assim: carne da carne, o sangue correndo nas veias, sem distinção de classe social, religião raça ou credo.
Serás meu filho amado, vou te apresentar a justiça e lutar pela adoçã, meu filho querido!
Depois veio minha mãe, mulher desconhecida e já comecei a amar este casal que espero, irão me ensinar a construir minha história.
O futuro? Nunca saberei. Fico grata pela bênção do meu novo lar. Ah, ia esquecendo. Minha mãe verdadeira deixou um bilhetinho, dizendo que não podia me criar. Mas pode irresponsavelmente me fazer. Fazer o que? Abençoado os que encontram um novo lar. Tomara que sejam bons pais e me ensinem o valor da vida e me ensinem a gratidão, o amor e a fraternidade.
Feliz Dia das Mães. Amém.

SoniaNogueira

5 comentários:

  1. Sonia,

    lindo conto.
    Achei você pela REBRA.
    Somos colegas e irmãs na literatura.
    Convido-a aos meus blogs, estou seguindo o seu.

    Bjs,

    Eliane

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  2. Quero dizer:
    Somos colegas de REBRA e irmãs na literatura.

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  3. Olá Sônia, cliquei seu retrato, alhures, caí aqui e me emocienei..
    Sou uma mãe que acolheu, não da calçada, mas
    por um juizado. Sou a mãe verdadeira...Para aquela, que o gerou, tenho um sentimento de dó,
    apenas. Não sei as razões que a fizeram deixá-lo
    numa intituição. Lamento, por ela não ter tido, e estar tendo, a tamanha felicidade que vem me acompanhando há 24 anos...

    Vou seguí-la, gostei daqui...
    Beijos

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  4. Un gusto pasar por tu espacio y leer en tu blog.Saludos.J.R.

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  5. Obrigada a Eliene Acciloly, Lúcia Beserra e José Ramon, pela leitura e carinho.

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